Cannabis e gravidez: dois assuntos difíceis de estudar. A marihuana ainda é uma substância ilegal em muitos países e, por isso, as mulheres grávidas costumam ser excluídas de estudos clínicos. Ou seja: se você quer saber se é seguro usar cannabis durante a gestação, a resposta mais honesta ainda é “não sabemos com certeza” 🤷♀️
Gravidez e desconfortos: uma história antiga com a cannabis
Vamos falar a real: estar grávida não é fácil. Enjoo, dores, ansiedade, alterações hormonais… muita coisa ao mesmo tempo. E é natural que, ao longo da história, mulheres tenham buscado diferentes formas de lidar com esses sintomas — inclusive com cannabis 🍃
Com a legalização avançando, cada vez mais gestantes recorrem à planta para alívio medicinal ou uso recreativo leve. Nos últimos 20 anos, o consumo de marihuana durante a gestação mais que dobrou. Muitas mulheres sentem que a cannabis é uma opção mais natural do que medicamentos prescritos, especialmente para:
- Náuseas e vômitos
- Ansiedade e depressão
- Dores crônicas
- Insônia
Mas… será que é realmente seguro? 🧐
O que a ciência sabe sobre cannabis e gravidez?
A verdade é que ainda sabemos pouco. Isso não quer dizer que seja automaticamente perigoso — mas também não há garantias de segurança total. Por isso, a maioria dos especialistas recomenda evitar o uso, principalmente de forma frequente.
Veja alguns pontos levantados por estudos científicos:
- O THC atravessa a placenta com facilidade.
- O THC pode ser detectado no leite materno até 6 dias após o consumo.
- Muitos estudos são antigos ou foram feitos com variedades de cannabis menos potentes que as atuais.
- Alguns dados associam o uso durante a gestação a baixo peso ao nascer, parto prematuro ou dificuldades no desenvolvimento cognitivo.
- Estudos também apontam relação com problemas de memória, atenção e comportamento nas crianças.
- O consumo nas primeiras semanas pode estar relacionado com pressão alta gestacional.
Mas atenção: muitos desses estudos também envolvem uso simultâneo de álcool, cigarro ou outras substâncias, o que dificulta isolar os efeitos reais da cannabis.
E se a alternativa for pior que a planta?
A questão central é: qual é a alternativa? Se uma gestante usa cannabis para conseguir se alimentar durante enjoos severos, ou para controlar dores sem recorrer a opioides, talvez os riscos da cannabis sejam menores do que os de outras drogas mais agressivas.
📌 Muitos medicamentos receitados para grávidas também não foram amplamente testados. A maioria deles é classificada como “possivelmente segura”, mas com base em dados limitados.
📌 A cannabis, por outro lado, tem uma base de evidência crescente — e para muitas pessoas, parece uma opção mais natural e confiável.
Então, devo ou não consumir cannabis na gravidez? 🤷♀️
Não existe uma resposta definitiva. A melhor escolha é individual, feita com acompanhamento médico, especialmente se o uso for medicinal e houver sintomas que precisam de alívio imediato.
Se você estiver grávida e considerando usar cannabis:
- Converse com um profissional da saúde canábico ou médico de confiança.
- Evite formas de uso que envolvam combustão (prefira óleos, vaporizadores ou comestíveis — com dosagem consciente).
- Priorize variedades com baixos teores de THC e níveis mais altos de CBD.
- Sempre fique atenta à origem e qualidade da planta (evite produtos contaminados ou mal armazenados).
Conclusão: o que sabemos e o que ainda falta descobrir 🧠
Assim como acontece com muitos temas envolvendo cannabis e saúde, a ciência ainda está descobrindo os efeitos reais da marihuana no desenvolvimento fetal.
A verdade provavelmente está no meio do caminho: nem é totalmente inofensiva, nem o “veneno” que muitos dizem por aí. O que falta é mais pesquisa de qualidade e menos tabu.
Enquanto isso, o mais seguro é evitar o consumo frequente, mas manter o diálogo aberto com profissionais e buscar alternativas seguras e informadas.


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